domingo, 28 de março de 2010

Encenada a Morte está - 28 - Mar - 2010

O Adeus não o é
Quando outro adeus o prossegue;
E não se entenda o mais alto grito
Se outro mais alto soa;
Entenda-se a morte encenada
Como o expoente máximo de uma vontade
Incessante absorta a proa,
Um desejo pungente
De uma vontade veemente,
Uma fátua chama que arde indomada
E reflecte uma acção
Que transcende a vontade
(Ainda que por encenação)
E transfigura, em nada, a realidade.

Vejo-me nesta morte
Sucumbir perante um Deus
Maior, e tutelar minh'alma e arte,
Encenando este Adeus.
Meu corpo esfalfado perde-se
Num estado débil,
E na viscosidade da Incerteza
Esqueço o Bem, esqueço o Mal,
Esqueço o que além de vida em vós é nada
O que além de vida em mim é fulcral.


"Tudo tem um princípio e tudo tem um fim!"

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