sábado, 6 de março de 2010

Vale a pena afastar-me de Lisboa

Vale a pena afastar-me de Lisboa,
Descer da cidade que geme e atroa,
Enfrentar esse esquálido caminho,
Para ver em mim extenuado
O asfixiante vapor da Máquina e do Progresso...

Aproximam-se horizontes
De rochas moídas que fitam
Secretamente os céus volúveis,
E sob esta ambiguidade monótona,
Que vai movendo os grãos de areia,
Minha boca anseia
Pelo sabor intenso do sal,
E meu corpo de se engolfar
Nos braços libertinos e veementes
Desse retalho Ocidental
............................... de mar.

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