sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Sou de natureza inconstante

Sou de natureza inconstante,
Um tanto devaneador,
Tinjo-me de um pólen queimante
Pérfido a este campo sem fulgor.

Eu? Não pertenço a este mundo rutilante
De sábios e saberes imbuídos de furor!
Não, não possuo a inquietante
Ânsia voraz de saber seja o que for...

Eu sou o escárnio e o molesto,
O alumiado e o infesto,
Sou a chama que arde insignificante...

E ardo nos braços desta chama em que me resto,
Exibo-me ágil e célere num protesto,
Contra mim, sou de natureza inconstante!

1 comentário:

someone disse...

uma escrita fria que aquece,
uma identidade desconhecida,
por "Miguel Cintra" se conhece,
este poeta da vida.

continuação de bom trabalho