sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Acabo de morrer

Acabo de morrer,
Com o choque impetuoso da indiferença,
E fito a ponta de um lápis a descarnar-se,
Assim como eu...
O toar do meu grito vociferante
Trepida todo meu corpo
E meu olhar langue perpetua sob ilusões paradoxais.

Sou definhado por um ser,
E extenuo-me volátil numa chama que arde,
E sem se ver,
Torna meu corpo acre...
Ah! Se ao menos eu tivesse sido comedido
De prudência, e não me tivesse dado ao arcabouço desse Deus,
Não teria morrido por um dia,
Exacerbado pelo excurso atónico
De me dar platónico
Às mãos desse Deus,
Que nem Deus se chama!

Acabo de morrer,
E fico só, como o Universo,
Clamando, imperecível,
A morte de um dia.

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